15.12.10

MEU VELHO MAIS VELHO

Dezembro é o mês em que o povo fica mais velho lá em casa. Ontem (14/12) foi a vez de meu velho. E eu muito queria ter em mente algo bacana pra dizer sobre seu Nonato. Tô sem inspiração. Mas vale a tentativa.

Primeiro parabéns a dona Francisca de Abreu que sentiu muitas dores durante seu parto e o amamentou e o educou de forma sábia. Parabéns também ao seu Manoel José (in memoria) que o educou de forma primorosa, fazendo com que ele desmanchasse e refizesse uma cerca sempre que não tinha nada pra fazer (história dele).
 

Quanto ao meu pai: foi com ele que vivi as melhores pescarias, as melhores viagens as melhores caronas. Com menos de 13 anos eu já cuidava direitinho de suas transações bancárias. Eu era o segurador de escada oficial dele, quando ia trocar uma lâmpada ou fazer uma instalação elétrica qualquer na igreja ou vizinhança. Eu tava lá quando uma vizinha o chamou pra salvar seu gato de estimação que tava engasgado com uma guerra de peixe. Achava o máximo quando ele ia nos visitar no internato e sempre levava Guaraná Jesus.
Outro fato aparentemente insignificante é o fato de que ele sempre comprava nossos roupas e fiquei empolgadão quando ele nos levou (eu e o Preto) para escolhermos pela primeira vez uma roupa (escolhi uma camiseta Win azul marinho). Me lembro com riqueza de detalhes quando ele nos surpreendeu após o pôr do sol com uma bicicleta lá pelos fins dos anos 80 (ou inicio dos 90). Era o máximo viajar no tanque da moto.
O seu Nonato era conhecido pela sua disciplina. Lá em casa eu acho (e o resto da família) que fui o que mais apanhei (minha irmã tá no páreo), mas sou grato (no sério) por cada surra que levava sempre que brigava todo dia na escola, que saia sem avisar, que ia cumprir uma missão e voltava sem a ter cumprido pelo simples fato de ter encontrado uma bola no caminho. A maior surra que me lembro foi quando tirei uns trocados do dízimo pra comprar um tão sonhado estilingue. 

O primeiro livro que ganhei dele foi “Assim começa a vida”; a dele já chegou nos 48.

Tá, isso aqui não foi o que poríamos definir como um texto inspirador, mas é de coração.

Um comentário:

  1. Se eu não estiver enganada querido sobrinho estas brigas na escola eram sempre com o Rosiel? agora seu futuro Tio, rsrsrs!

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