25.10.10

ÉPOCA CONTRADITÓRIA

Carro com controle remoto era coisa do filho do vizinho; pobre como eu no máximo tinha uns “carrinhos de ferro - (hoje não são mais “carrinhos”, são Hot Wells. Pode?! -, o resto era toscamente fabricado a partir de latas de óleo ou sardinha, coisa chic da época.

Sou do tempo que perder um episódio dos Changeman, Jaspion, Flashman era não ter assunto pra falar no “momento cívico” ou na hora do recreio. Certos dias, valia a pena matar os últimos minutos da última aula, só pra não perder os primeiros minutos dos Cavaleiros dos Zodíacos.

Quantos pôsteres foram abandonados incompletos só por que a figurinha do Seya com a armadura de ouro era simplesmente impossível. E quem não se lembra das voltas ciclísticas mirabolantes na abertura do Fantástico Mundo de Bob? E da resposta pronta do Doug? “Doug, sou eu!”. Meses depois, todo mundo queria uma lancheira dos Power Rangers ou uma sandália dos Bananas de Pijamas. Anos depois, o “totó” era esquecido de vez, substituido pelo “bichinho virtual”, que passava uma fome braba na hora da TV Cruj (DisneyClub).

Fica dificil saber qual melhor época. É claro que a “nossa época” sempre será melhor. Essas recordações vão aos poucos se apagando, até serem lembradas num relance. Foi o caso. E quem me fez lembrar disso tudo? Aquela que dizem ser a maior culpada de ter roubado esse tempo colorido: a internet.

Que contraditório. Não?!

15.10.10

ADIPOSO VERSUS ÓSSEO

2h da madrugada. Um cochicho aqui, outro ali. O volume da conversa aumenta e logo é seguido por risos. O motivo? O pateta da poltrona 07 com destino à Imperatriz tampando as saídas do ar condicionado com papel higiênico. Frio de matar. Viajar a noite é bom pra quem tem grande reserva de tecido adiposo, o que não é o meu caso.

8.10.10

GILLIARDIZÃOSABICHÃO

Eu sempre fui (acho q vou morrer TENTANDO) um dos metidos a sabichão da turma (com algumas exceções). Apesar do Gilliard verdadeiro com toda sua originalidade briguenta, encrenqueira e aborrecente, eu estudava, podia era num me sair bem na hora da prova, mas que eu estudava... ah mais eu estudava e não era pouco. Era o meu Gilliard falso em ação por essas ocasiões; ou simplesmente o Gilliardizãosabichão.
Mas o Gilliardizãosabichão não se contentava só em ser o entendido da disciplina A ou B, ele tinha que saber muito além disso, até daquilo que não fazia idéia do que era, mas lá tava ele balançando a cabeça afirmativamente e concordando: “é verdade... exatamente, isso mermo... é desse jeito mermo”. O que não faltava era comentário do bonzão.

Mas o mais interessante de tudo é que isso não tem nada a ver com o assunto a seguir. Aliás, tem. Um pouco, mas tem.
No final de julho, lá fui eu atrás de um laptop pra suprir minhas necessidades estudantis. Uma coisa já tinha colocado na cabeça: tinha que ser da HP (ela tá me pagando o valor do laptop só por esse Merchant. Ah magnata da publicidade!! mentira!). Então fui à caça. Depois de mais de uma semana enfim encontrei um HP com todas as configurações que muito queria e com um precinho camarada que até eu (pq até eu?) fiquei surpreso.


O bixim ainda hoje num é totalmente meu, é aquela velha coisa de dar uma entrada e dividir o resto pela quantidade de ano que você pretende viver. Todo sartisfeito (sic) da vida, saltitante e cantado “tralálá... tralálá...” lá fui eu com a quase minha super-ultra-hiper-mega-power-poderosa máquina preta polida.


15 dias depois, pulando a parte que a gente fica todo besta e nem dorme direito doido pra amanhecer logo o dia e poder olhar e dizer: “é quase meu”, fui colocado à prova. O Office que veio no laptop pediu uma chave de avaliação. Eu todo empolgado virei o bicho de bunda e copiei a chave que tinha nela, colei nos campos que aparecia na tela e... deu merda. O programa não reconhecia a dita. Depois de várias tentativas resolvi ligar para a Microsoft pra reclamar.


Uma donzela muito simpática me atendeu. Sandra, acho. Sei lá, e também nem importa, acho que esse povo nem usa o nome de verdade. Fica sendo Sandra, então. Expliquei pra Sandra o que estava acontecendo e perguntei se a tal chave poderia está vencida. Ela pediu o número da nota fiscal, pediu um minutinho, depois voltou, confirmou uns dados, pediu outro minutinho, fez barulhos de teclado e voltou com o diagnóstico:


— Senhor Gilliard, o seu computador não tem Office.


E foi aí que entrou o dono da razão. Técnico em manutenção de micro, especialista em informática pela universidade do Lula, o repórter da informática da TV Serra Sul etc.


— Meu computador tem Office sim.
— Não senhor, o senhor o comprou sem o Office.
— Eu tenho certeza que comprei com o Office. (com ar de deboche) Ou então você poderia me explicar essa chave de ativação na etiqueta dele.


(chupa essa! — era o Gilliardizãosabichão acordando.).


- O senhor poderia me informar os caracteres da chave?


Todo confiante, cheio de razão, entendido do caso e tudo mais ditei a tal chave pausadamente. Aliás só comecei.


- ...senhor Gilliard, essa é a chave de ativação do Windows.


Cuãn-cuãn-cuãn-cuããããããããn
Olhei para o celular. Do outro lado, a Sandra esperava minha confirmação. Então eu fiz o que qualquer homem maduro e honrado faria nessa hora: desliguei o celular.
Mentira. A ligação caiu... acredita?
Cinco segundos depois o celular toca. Atendo, é a Sandra.


- Senhor Gilliard?
- Er... sou eu.
- Senhor Gilliard é a Sandra, do atendimento Microsoft.
- Oi Sandra, já tava te ligando de novo, a ligação caiu!


Quatro segundos e meio de puro silêncio...


- Senhor Gilliard, o senhor pode comprar o Office pelo próprio site da Microsoft ou se preferir, lá você também encontra links para dezenas de lojas que vendem o programa.
- Brigado Sandra! Eu vou providenciar a compra do meu, o mais rápido possível.
- A Microsoft agradece sua ligação. Uma boa tarde!
- Boa tarde!


Desliguei o celular e, todo murchinho e humilde tratei de baixar uma versão de avaliação do Office 2010 que expira domingo (10/10).


inspirado no mico de marcoauréliogóis

1.10.10

DEUS GOSTA

Deus gosta de música, de dança, de arte e cultura. 
Deus gosta dos ritmos diferenciados, de instrumentos diversificados, de contemplação, balanço e gingado.
Deus gosta da música do sabiá, da canção afinada do pintassilgo, da melodia do curió, da suavidade do rouxinol.
Deus gosta de cores, gosta da mata, dos verdes campos, do azul do mar, do vermelho das flores. Deus gosta dos animais, das plantas, dos vegetais, dos simples pardais.
Deus gosta de poesia, de belas canções, de doces melodias, de festa, do sorriso, de alegria.
Deus gosta da vida, do silêncio, dos tons musicais, das interpretações teatrais, da gargalhada descompromissada, do choro emocionado, de ternos abraços apaixonados.
Deus gosta da amizade guardada a sete chaves debaixo do peito, Deus gosta de cumplicidade, de carinho, dignidade e respeito.
Deus gosta do almoço de domingo, da família unida, do por do sol, das noites de verão, das tardes festivas, do beijo entre irmãos, de carinho, perdão e reconciliação.
Deus gosta de paz, de harmonia, de afeto noite e dia. Deus gosta do sorriso da criança, Deus gosta de mim, gosta de você.


Como Deus é maravilhoso!