18.12.09

JOÃO

Já faz algum tempo passei a ter uma admiração especial por um músico (cantor, compositor, produtor, instrumentista e um bocadão de outras coisas). Não foi bem a voz dele que me chamou a atenção, aliás, sequer fazia parte daquilo que gostava (hoje nem me pergunte do que gosto), o que de fato me chamou a atenção foi a profundidade das letras que compõe. Na verdade só ouvia falar, sem saber que eram dele músicas que já admirava.
“Essência de Deus” (Tom de Vida), “Coração” (L. Gonçalves), “Muito Mais” (Regina Mota) são alguns exemplos que eu ouvia, já gostava, mas não sabia quem era João Alexandre.
Palavras simples, inimigas de dicionário, melodia leve expondo assuntos do cotidiano ou mesmo assuntos que grande parte do “gospel” simplesmente evita, tem medo de perder público, de não vender.
Não é simplesmente aquela coisa sofista e de apelo emocional. Impossível não se questionar o assunto cantado. Chega até ser polêmico [“são sempre VARIAÇÕES de um mesmo tema, meras repetições” (Proibido Pensar, 2007)].
Só ouvindo.
Então decidi de vez enquanto colocar o João como figura freqüente por aqui.

Em nome da Justiça
Enquanto a violência acabar com o povão da baixada
E quem sabe tudo disser que não sabe de nada
Enquanto os salários morrerem de velho nas filas
E os homens banirem as leis ao invés de cumpri-las
Enquanto a doença tomar o lugar da saúde
E quem prometeu ser do povo mudar de atitude
Enquanto os bilhetes correrem debaixo da mesa
E a honra dos nobres ceder seu lugar à esperteza.

Não tem jeito não.
Só com muito amor a gente muda esse país
Só o amor de Deus pra nossa gente ser feliz

Nós os filhos Seus temos que unir as nossas mãos
Em nome da justiça, por obras de justiça
Quem conhece a Deus não pode ouvir e se calar
Tem que ser profeta e sua bandeira levantar
Transformar o mundo é uma questão de compromisso

É muito mais e tudo isso.
Enquanto o domingo ainda for nosso dia sagrado
E em Nome de Deus se deixar os feridos de lado
Enquanto o pecado ainda for tão somente um pecado
Vivido, sentido, embutido, espremido e pensado
Enquanto se canta e se dança de olhos fechados
Tem gente morrendo de fome por todos os lados
O Deus que se canta nem sempre é o Deus que se vive,não

Pois Deus se revela, se envolve, resolve e revive
Não tem jeito não, não tem jeito não.

17.12.09

VAIDADE

O tempo é suficiente pra definir e nos fazer concluir que tudo realmente é vaidade.

Ps.: Muita coisa na cabeça e pouca inspiração. Tempo de mudanças. Férias URGENTE!!!

16.12.09

TEMPO

O anseio do mistério sem nome
Ter o eterno e sentir sua ausência
Lança-nos ao dissabor da falência
Paradoxo brutal que a fé consome
O que nos prende a tal absurda fome?
A distorção da natural essência do tempo vítima
Sem existência, serve ao desejo sem ter quem o dome
Mas a graça única do cordeiro que a altivez humana
Ao pó reduz, uniu-nos com tempo verdadeiro
Pois antes mesmo da formação da luz
À salvar do destino derradeiro
Fez-se o brado: Haja cruz! E houve cruz.

felipe valente

1.12.09

SOZINHO