12.7.11

de NOVO

Uma vez alguém, que não lembro quem, soltou esta: “amigo é amigo e filho da puta é filho da puta” (desculpa o calão). É mais ou menos por ai.

A vida me proporcionou várias mudanças no sentido literal da coisa. Contei, junto com Núbia, sete. É claro que nessas idas e vindas eu aprendi muita coisa da vida, coisas até que tive que desaprender, coisas que nem queria aprender. Mas quem sou eu pra dizer que a vida ensina coisas erradas? Logo ela, a vida?! Definitivamente NÃO, o processador tá do lado de cá.

Agora, nesse momento, em uma casa com cheiro de poeira e mofo, estou eu a pensar solitariamente em coisas do passado. Pessoas, na verdade. Pessoas com quem dividi a conta, pessoas com quem dividi um pedaço de chão por uma modesta posição na frente da TV, pessoas com quem dividi a mesma vasilha de pipoca, a segunda poltrona, um momento fútil, útil... eram amigos. Ou ainda são amigos. E eu sinceramente nem sei mais se amigos são pra sempre. Talvez a prova se firme no nível de contato que mantenho com essas pessoas. No máximo, nossa limitadíssima e tendenciosa ação é puxar uma conversa formal, extremante formal. Ai a gente fica procurando meio de tornar o papo agradável, diferente, atrativo e até se arrisca em uma pesca de coisas do passado. É assim, a triste e sombria realidade.

E uma leve dor passeou no peito nessas últimas horas de Imperatriz. Logo pela manhã o Sérgio, que já deu as caras por aqui, desprendeu-se mais uma vez em me auxiliar numa pequena mudança. De prontidão, sem ao menos eu solicitar, Núbia já estava de prontidão e me adotou o dia todo com um belo de um banho, um delicioso almoço, uma soneca revigorante e um bom pedaço de tanque de combustível condicionando a resolução de minhas, digamos, tarefas a serem cumpridas. À noite, vagueando com os pés e com a mente por um recém inaugurado shopping, encontro de relance a Chádia, e depois de forma eufórica o Ricardo, que também se despede da turma e vai agora vaguear pelos caminhos de Direito. Foram momentos curtos, resumo de exatos 11 meses de convivência mútua, de compartilhamento de conhecimentos, de ajuda mútua, de entrega mútua, intenso mutualismo.

E a tal da dor no peito veio ao imaginar que o mesmo tipo de relacionamento que hoje tenho com antigos amigos, eu venha a ter com os que hoje me despeço. Eu sinceramente nunca havia antes parado pra refletir as coisas por esse ângulo. Mas me arrisco a afirmar que quero ir além disso. Só.

E fica o conceito no novo. E o novo, querendo ou não, sempre precederá o velho. As águas correm, é a vida, e ela sempre terá algo novo a nos ensinar, seja acompanhado de sorrisos, seja acompanhada de lágrimas.

Ps.: ah! e a frase do inicio do texto só entrou pq queria começar uma postagem com um palavrão. só.