9.9.10

MEU CADERNO


Hoje faz exatamente 25 dias que meu caderno faleceu. Eu o deixei na sala de aula na manhã do dia 16 de agosto e ninguém simplesmente não o achou; nem monitor, nem zelador, nem aluno, muito menos os “homis amarelinhos” que no primeiro dia de aula nos disseram que resolveria todos os nossos problemas do tipo (doce ilusão).
Na verdade, enquanto meu caderno era vivo eu não tinha lá esse afeto pelo pobrezinho. Mas, por incrível que pareça, só bastou alguns dias de desaparecido para nosso laço de afetividade se estreitar de uma forma que jamais imaginei (que meloso). Não chegava a ter nele os Escritos do Mar Morto, na verdade algumas anotações de cerca de duas semanas de aula. Mas não sei por que motivo (acreditem) ele se tornou algo tão, mais tão tãozaum que... meu derdocéu... que aperto (ui!).
Eu não me lembro como era a capa dele, muito menos de quantas matérias era, quiçá quantas páginas, mas de uma coisa eu sei: eu quero meu caderno. Mas como sei que a essa altura do campeonato jamais o verei, eu decidir prestar uma singela homenagem através de uma poesia feita (acreditem de novo) por mim mesmo, eu sozinho. Então lá vai.

Eu tinha um caderno...

Ele tinha várias folhas
Algumas escritas e muitas em branco
Nem sei ao menos o que tinha nelas
Eu tinha um caderno.

Quando penso em sua capa
Nada me vem à memória
Mas que fique bem lembrado
Eu tinha um caderno.

Seu arame era duro
Ao contrário das folhas
E na contracapa não tinha escrito
“Eu tinha um caderno”.

Ele me custou R$ 6,00
Muito barato por sinal
Outro “assim” vai ser difícil
Eu quero meu caderno

Ps.: Quem encontrou ou por ventura venha encontrar favor procurar pelo Gilliard (só existe um lá) no bloco de Odonto

Um comentário:

  1. Essa do caderno foi a melhor!!!
    huashuhsuashuasu. Jackline Felix

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